GêneroTambor de Mina
LocalMaranhão, São Luís

SOBRE

Iniciada na Mina, protegida do vodum Acóssi, fez-se no candomblé por Mãe Menininha e conheceu a pajelança amazônica no Pará. Muito à brasileira, despachava numa encruzilhada e em seguida cantava ladainhas em quase-latim por encomenda da promesseira Maria do Gato. Mais tarde, abrindo um tambor para um vodum fidalgo ou cruzando um patuá que para ser bom mesmo, deve ter ninho de uirapuru e olho esquerdo de jibóia branca. Vocação religiosa impressionante, tinha o corpo cansado de carregar encantados que comem fogo, se abraçam a espinhos, dançam no escuro, onze mil virgens e beberrões inveterados como seu chefe de cura Manézinho de Légua, príncipe caboclo que guarda sua coroa numa salva de ouro cheia de cachaça e adora quadrilha. Para N. Sra. da Conceição fazia em dezembro uma festa de 10 dias com procissão, missa campal, um boi inteiro para o churrasco, tambor de crioula, toques.

Mãe de 28 filhos de barriga, criou outros 13 que deixaram em sua porta, conhecia uma infinidade de doutrinas que nos cantou baixinho, para os encantados não escutassem – “senão eles vêm” – entre elas belas versões de Mina terê terê, Mestre Carlos e Doçu Semenomé, cantado para a Missão por Satiro, que ela conheceu.

Segundo ela Satiro era irmão de santo de sua mãe de santo, Margarida Mota de quem se dizia ser uma negra forte, de voz impressionante, que se ouvia para além da maré.

 

FOTOS

Dona Zizi
Dona Zizi – Cura

 

ÁUDIOS

Dona Zizi – Entrevistas e doutrinas
Dona Zizi – Cura

 

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