“Parafraseando Mário de Andrade, a Tenda São José foi uma das comoções mais formidáveis da minha vida. Acho que é o repertório – no recorte um gênero só – mais bonito do mundo. A Tenda é muito harmônica, é impressionante como as dançantes cantam bem, quase todas cantam muito bem, e as formas de pergunta e resposta vão se variando sem conflito, coisa pressentida e experimentada, soberana no contraponto das mulheres com a voz de Seu Manoel Batazeiro.
Conheci a Tenda São José em janeiro de 1999, quando participei com A Barca do projeto Universidade Solidária, fazendo shows em diversas cidades do Pará e do Maranhão. Mãe Gildete, a chefe do terreiro falecida em 2016, foi desde o primeiro encontro uma das criaturas mais amorosas que já convivi. Fonte inesgotável de belezas, são centenas de doutrinas gravadas lá, e dezenas delas já formaram o repertório de diálogos musicais com meus grupos A Barca e Ponto br, além de serem material constante para aulas e práticas em grupo. Em 2016 produzimos para eles o CD Tenda São José, com registros feitos lá em viagens diversas.” (Renata Amaral)
D. Gildete é filha de santo de Seu Luís e, com uma história comum na região, enlouqueceu e quase morre até descobrir sua vocação espiritual, que exerce com dedicação e suavidade chefiando as médiuns de sua Tenda São José, um dos mais conhecidos entre os quase 20 terreiros da pequena Pirapemas. Responde a todas as perguntas acerca de sua religião com um “é a fé em Jesus Cristo”. Nos recebeu numa tarde em seu terreiro, dizendo: “vamos mostrar nossa umbanda e depois vocês mostram a de vocês”.
SÉRIE 10 PEDRAS #01
Tenda São José
Mãe Gildete, Mestra Luizinha e Manoel Batazeiro conduzem o episódio sobre o templo de Terecô, uma religião centenária, que se estabeleceu em mais de centena de terreiros nas baixadas do interior do Maranhão. Registros feitos desde 1999 mostram a incrível dança circular, os luxuosos costumes e as lindas cantigas desse gênero singular, nas vozes desses grandes mestres artistas.
Se denominando Umbanda, Tambor da Mata ou Terecô, essa religião típica da bacia do Rio Itapecuru, que segue até Codó, dialoga com elementos do Tambor de Mina, mas se distingue em um universo próprio de coreografias, figurinos, instrumentos, toques, e liturgias.
FOTOS
2021
Toque – 25ago2021
2014
Toque – 04jul2014
2010
Toque – 15ago2010
2009
Toque – 30jul2009
Toque – 29jul2009
Toque – 28jul2009
Toque – 20mar2009
Toque – 19mar2009
Toque – 25fev2009
Toque – 24fev2009
2006
Toque – 04jul2006
Toque – 14abr2006
Toque – 20fev2006
VÍDEOS
2021
Toque – 25ago2021
2016
Encontro Manoel Batazeiro, Luizinha, Renata, André e Marcelo – 01jul2016
2010
Toque – 15ago2010
2004
Terecô – 27jun2004
Cantorias com Mãe Gildete e Manoel Batazeiro – 27jun2004
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