“Chego Já” – Sebastião Biano e Seu Terno Esquenta Muié (2005), Proac, 2005.
Sebastião Biano, é fundador e último remanescente da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, um dos maiores representantes da cultura popular brasileira. Aprendeu a tocar pífano aos 5 anos de idade e aos 96 anos, gravou seu primeiro CD autoral, lançado no final do ano passado pelo Selo Sesc e indicado ao Prêmio da Música Brasileira como Melhor Álbum Instrumental.
Esbanjando vitalidade e paixão pela música – “o dom melhor que Deus me deu” – ainda faz shows, compõe e participa de projetos como seu Terno Esquenta Muié. O Terno possui uma formação que dialoga de forma contemporânea com a sonoridade da Banda de Pífano, com a Zabumbateria do músico Eder “O” Rocha o baixo de Renata Amaral, a viola e a rabeca de Filpo Ribeiro, e ainda o pífano de seu principal pupilo Júnior Caboclo.
A pesquisa de formas, ritmos e melodias destes gêneros a partir do olhar contemporâneo dos músicos do Terno em diálogo com o vigor musical e a liberdade criativa de Sebastião, trazem a este álbum uma sonoridade única. A música de Sebastião Biano é parte fundamental da construção da identidade e do imaginário brasileiro.
Detentor da Ordem do mérito Cultural, de um Grammy Latino e do Prêmio TIM de Música, autor de clássicos da música brasileira como Pipoca Moderna e A Briga do Cachorro com a Onça, Sebastião Biano se apresentou e gravou com Caetano Veloso,Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Geraldo Azevedo, Marinês e muitos outros, representando o Brasil em diversos países da América e Europa.
“Chego Já” tem seu repertório composto por músicas de autoria de Sebastião Biano, apresentando marchas, dobrados, rastapés, novenas, valsas e outras tradições populares nordestinas, algumas compostas há muitas décadas, quando Biano tocava nas procissões e novenas do agreste pernambucano. “Além dos forrós e xotes característicos das bandas de pífano, esses CDs têm essas peças mais particulares do universo das festas tradicionais do sertão nordestino, bem antigas que não eram comumente tocadas por Sebastião, além de causos que inserem a atmosfera envolvente de um tradicional contador de histórias como o famoso causo do “Encontro com Lampião”, e muitos outros.
A formação do terno, que mantém a parelha de pífanos com o acompanhamento de baixo, bateria, percussão e violas, coloca em diálogo de maneira surpreendente a sonoridade das tradicionais bandas cabaçais e a música instrumental contemporânea. Em 2016, o grupo lança seu segundo CD com o Mestre: “Chego Já”.
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