A Casa de Nagô é uma casa de Tambor de Mina localizada na Rua Cândido Ribeiro (também chamada de Rua das Crioulas), no centro histórico de São Luís/MA. Dedica-se ao culto dos orixás nagôs, como Logunedé, Afrekete, Yewá, Obaluaiyê, Nanã Burukú, Ogum, Xangô, Iemanjá, Orixalá e Iansã e das entidades (espíritos de europeus, chamados de Gentis e de indígenas nativos do Brasil, chamados de caboclos) como Dom Luís, o Rei de França, Dom João, Dom Floriano, Dom Sebastião, Seu Zezinho de Amaramadã, Rei da Turquia, Seu Ricardino, Seu Caboclo Velho, Princesa do Ouro, Seu Guerreiro, Dona Mariana, Seu Légua Boji e Seu João da Mata. Foi fundada à época do Brasil Império, por malungos africanos, com o auxílio de Maria Jesuína, fundadora da Casa das Minas, e influenciou os demais terreiros de São Luís.

O Nagon Abioton é dedicado ao orixá Xangô, e compreendia a parte dos fundos de duas casas modestas mantidas por uma irmandade religiosa. O terreiro passou por períodos de grave crise financeira, foi fechado e reaberto, foi vendido e readquirido pela mesma irmandade, porém, da última vez, somente a uma das casas, na qual o terreiro funciona até hoje. O médico e africanista maranhense Raimundo Nina Rodrigues em visita a São Luís, o descreve:

“Em viagem que fiz ao Maranhão em 1896, fui visitar os últimos negros africanos que existiam na capital daquele Estado e que são ali geralmente conhecidos por negros Minas. Eram duas velhas, uma gege, hemiplégica e presa a uma rede de que não mais se levantava, e a outra, uma nagô de Abeokutá, ainda forte e capaz de fazer longas caminhadas, residindo ambas em pequenas casinhas nas proximidades de São Pantaleão.” (RODRIGUES, R. Nina. Os africanos no Brasil, 1932, p. 120)

Possuindo hierarquia matriarcal, umas de suas mais importantes vodúnsis foi a Mãe Dudu, como era conhecida Victorina Tobias Santos (1886-1988), filha de Iemanjá, e que muito contribuiu para o tombamento da Casa de Nagô pelos órgãos responsáveis. Outra figura importante para o terreiro foi Mãe Domingas de Iemanjá, zeladora da Casa de Nagô, que faleceu em 2015 aos 78 anos.  Hoje, apesar do descaso cultural e do número bem reduzido de brincantes, das quais, muitas são mulheres de avançada idade, estas esmeram-se por manter o calendário tradicional da casa e a realizar a duros esforços as principais festas do ano, onde são recebidas entidades africanas e caboclas de origem européia ou nativa. Dentre essas festas, podemos citar: 20 de janeiro – São Sebastião (Obaluaiyê); 04 de dezembro – Santa Bárbara (Iansã); 08 de dezembro – Nossa Senhora da Conceição (Iemanjá), a Quarta Feira de Cinzas e a festa do Divino Espírito Santo, essas com data móvel.

Fonte:

– Casa de Nagô

FOTOS

Festa do Divino – 1999

Casa de Nagô – São Pedro – 29/06/2001

ÁUDIOS

2002

2001

1999

VÍDEOS

Casa de Nagô – Festa do Divino – 2009

Casa de Nagô – Tambor de Mina – 24/junho/2003