Terreiro de Iemanjá de Pai Jorge Babalaô

GêneroTambor de Mina
LocalMaranhão, São Luís

SOBRE

Considerado um dos mais tradicionais pais de santo do Maranhão, Jorge Itaci Oliveira, mais conhecido como Jorge Babalaô, morreu em junho de 2003. O babalorixá sentiu-se mal após conceder uma entrevista a uma jornalista. Na ocasião, o pai de santo falava sobre o lançamento do CD e do DVD do terreiro Yié Ashe Yemowa Abê (Terreiro de Yemanjá), ao qual comandava, que aconteceria naquela semana. Laudo médico atestou que Jorge Babalaô foi vítima de um ataque cardíaco. Antes de morrer, o babalorixá disse que “via estrelas” e estava tonto. Levado ao hospital, Jorge Babalaô chegou sem vida. O clima no bairro da Fé em Deus, onde mantinha o terreiro, e que foi palco de várias festas em homenagem aos santos, foi tomado de tristeza, deixando órfãos filhos e filhas de santo em vários estados e em diversas casas de matriz africana em diversas partes do país.

Além de babalorixá, Jorge Babalaô também dedicou-se às artes visuais. E foi inspirando-se nos orixás que também firmou-se artista plástico, figurando suas telas em várias exposições individuais, retratando em telas e cores personagens que fazem parte do ritual da Mina e da Umbanda. Como babalorixá, Jorge Babalaô foi também um dos maiores defensores das religiões de matriz africana, O fato foi registrado pela pesquisadora da cultura popular maranhense, Zelinda Machado de Castro Lima, na época em que exercia a função de diretora do Centro de Criatividade Odylo Costa, da Gerência de Estado da Cultura. Quando assumiu o departamento, além da pobreza dos grupos, os representantes de terreiros lutavam contra a discriminação de uma sociedade preconceituosa e sofriam ainda a perseguição da polícia, sujeitos ao pagamento de taxas para expedição de licença de funcionamento, e obrigados à obediência de horários rígidos para cultos e festas. Jorge Babalaô foi um dos maiores expoentes das tradições afro-maranhenses e por conta de seu trabalho dedicado ao culto afro religioso, foi reconhecido como Embaixador da Nação Mina e Cavaleiro da Ordem de Ogum Shoroquê, título que lhe conferiu a Federação Paranaense de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros.

Fonte:

Martins, Samartony; Terreiro de Yemanjá é tema de exposição em São Luís

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